O Slackware está chegando ao fim?

No Diolinux Responde de hoje, abordamos o polêmico problema com o XZ, a saída de usuários do Slackware e as decisões do KDE que afetam os usuários. Quer participar enviando suas perguntas? Torne-se membro do canal!

O mundo do Linux foi abalado pelo problema no XZ?

Recentemente, abordamos o problema no XZ no Linux, sendo um dos primeiros sites em português a comentar sobre o assunto. Também há um tópico em nosso fórum sobre o assunto, onde a comunidade compartilhou vídeos de outros criadores e fontes.

No entanto, é importante não se deixar levar pelo alarde de “Linux tem uma mega falha”, que causou pânico e ignorância sobre o que realmente aconteceu. Além disso, estamos comprometidos em responder todas as perguntas enviadas por nossos membros para este quadro. Ao se tornar membro do canal Diolinux, você terá acesso a vídeos e benefícios exclusivos, além de poder participar do Diolinux Responde!

Em resumo, no final de março, foi descoberto que a biblioteca XZ Utils, usada em várias distribuições Linux para compactação de arquivos, estava infectada com um malware que poderia acessar dados do SSH, permitindo o login remoto e acesso não autorizado ao sistema.

O XZ é mantido de forma comunitária e tem seu código aberto, e a descoberta do problema foi creditada a um funcionário da Microsoft. O backdoor parece ter sido inserido propositalmente por um suposto colaborador do projeto, criando a sensação de que foi algo premeditado, um plano de longo prazo.

Este problema foi encontrado em versões específicas do XZ, a 5.6 e 5.6.1, então, em tese, distros que usavam essas versões poderiam ser alvos de ataque. Como fica o mundo do open source com isso?

Como disse Linus Torvalds, “O importante não é criar um sistema sem falhas, isso é impossível, humanos as fazem, o importante é a velocidade na qual você corrige essas falhas.”

Essa não é a primeira vez que um CVE de classe 10 afetou sistemas Linux, nem será a última. A quantidade de atenção dada ao assunto pode ter exagerado a gravidade do problema.

As únicas distribuições que poderiam ser afetadas foram as versões em desenvolvimento do Fedora e do Debian. Também o Kali Linux, se atualizado entre os dias 26 e 29 de março, o openSUSE Rolling Release e o MicroOS, se atualizados entre 7 e 28 de março.

Em resumo, versões em desenvolvimento que poucas pessoas utilizam, e as vítimas ainda precisariam estar com o SSH ativo, expostos para a internet com um firewall que permitisse tráfego de IPs não autorizados, sem considerar outras possíveis camadas de segurança, tanto domésticas, mas principalmente empresariais.

Red Hat, Ubuntu, Debian estável, CentOS, Alma Linux, Rocky Linux, openSUSE Leap e derivados diretos são os principais sistemas usados em servidores, nenhum deles foi afetado, e mesmo que fossem, ainda precisariam de certas circunstâncias para a conexão poder ocorrer. Sem considerar os patches de segurança que alguns sistemas lançaram horas depois da descoberta.

O próprio Arch Linux, que por ser rolling release poderia ter sido afetado, não foi por uma tecnicalidade da construção do sistema. Mesmo assim, o Arch fez a correção do software e mandou atualizações, como era de se esperar.

Esse CVE é de classe 10 porque poderia criar a condição de um ataque com controle remoto completo, mesmo que a probabilidade de acontecer fosse baixa. Dias depois, se você olhar a pontuação, a probabilidade de alguém explorar tem nota 3.9 de 10. Os mais impressionados talvez não tenham se dado conta, mas falhas de segurança aparecem no mundo Linux e open source o tempo todo, na verdade, elas chegam em todo tipo de software!

Quando o software é open source, elas tendem a ser mais frequentes, já que é possível consultar diretamente o código-fonte, ficando mais fácil encontrar os problemas, que foi exatamente o que aconteceu no caso do XZ.

Se um backdoor desse tipo tivesse sido colocado em um software proprietário, de código fechado, são grandes as chances das coisas irem para produção sem ninguém perceber até ser tarde demais. Dessa vez foi por pouco, e quem diria, foi alguém da Microsoft que ajudou a tornar o Linux mais seguro dessa vez.

Talvez já existiram problemas que você até pudesse ser afetado de alguma forma, que nunca ficou sabendo e foram embora numa atualização de sistema feita de forma descompromissada. Isso não quer dizer que o Linux está menos seguro agora, essas coisas acontecem desde sempre, sempre foi assim. Para ter uma visão mais ampla da segurança no Linux, recomendamos o nosso podcast especial sobre o assunto.

Mas se tem uma coisa interessante desse caso do XZ em particular que pode ser tirado como aprendizado: A lembrança de que softwares open source não são invulneráveis, a gente precisa continuar prestando atenção no código, além de não negligenciar as regras básicas de segurança.

Esse problema também mostrou a agilidade dos desenvolvedores em corrigir potenciais falhas importantes, o modelo open source de desenvolvimento tem esse ponto forte, uma vez que a falha é descoberta, ela tende a ser corrigida rapidamente.

Enquanto problemas assim no Linux virarem notícia, significa que eles são raros o suficiente, o que é uma coisa boa. Além disso, como a falha parece ter sido intencionalmente inserida por um colaborador, ajudou as comunidades a lembrarem de reverem as suas políticas de segurança para com os colaboradores e softwares comunitários.

A dica é a mesma para todas as outras vezes que um bug ou malware foi encontrado em algum código de alguma distribuição que pudesse afetar alguém, mantenha o sistema atualizado, em pouco tempo, o problema vai embora.

Saída de usuários do Slackware

Slackjeff, conhecido por seu canal sobre Linux no YouTube e grande fã do Slackware, anunciou que deixará de usar a distro.

O Jeff também é professor de algumas das séries premium que oferecemos para membros Diolinux Play. Ao se tornar membro, você poderá assistir ao Slackjeff no nosso curso de Shell Script Avançado e no curso de Linux From Scratch.

A mudança de filosofia traria novos usuários ao Slackware? Um Slackware mais moderno não seria necessariamente mais amigável do que várias outras distros Linux existentes hoje em dia.

O Slackware parou no tempo, e há décadas de melhorias em usabilidade separando o que ele oferece do que os sistemas mais atuais proporcionam, especialmente em desktops. Vale a pena lembrar que vivemos em uma era onde o Ubuntu não é mais necessariamente a distro mais fácil de usar, o que dirá o Slackware.

Uma mudança de filosofia seria uma faca de dois gumes. O Slackware é interessante justamente por ser antiquado, acabou se tornando uma ferramenta de estudo, mais do que de produtividade.

Ele usa muitas tecnologias que não são usadas no mercado de trabalho hoje em dia. Certas coisas que as pessoas precisam para trabalhar não estão no Slackware, então ele acaba servindo mais para ver como um sistema funciona por baixo dos panos, não tanto para aprender o Linux de mercado atual.

Talvez um Slackware um pouco mais vanguardista não angariasse muitos novos usuários, já que existem várias outras distros que oferecem mais praticidade. Mas uma versão mais moderna poderia ajudar a manter os poucos usuários fiéis, como é o caso do Slackjeff.

Mas como tudo na vida, existe também um fim para projetos lendários assim, ainda não é a vez do Slackware, mas pode estar muito mais próximo disso do que de uma grande volta por cima. Não seria o primeiro sistema a ficar na história.

Decisões do KDE e consistência de design

Por que distros com o KDE Plasma, como o Manjaro, têm tantos aplicativos estranhos e sem consistência no design? Isso não depõe contra a interface? Por outro lado, como o Fedora consegue entregar uma experiência mais consistente?

Consistência de design é sempre bem-vinda, e embora as pessoas possam tolerar inconsistências, ninguém nunca reclamará de um design coeso.

O diferencial do Fedora com KDE é que ele não faz muitos ajustes na interface, basicamente empacota sem muitas modificações. Enquanto o Manjaro faz alterações mais intrusivas nos padrões do Plasma, e talvez o pessoal do Manjaro seja ruim em UX e UI. Isso acontece em todas as interfaces que eles usam, não é exclusividade do Plasma.

Se você quiser ver como é o Plasma sem o dedo de ninguém, exceto dos desenvolvedores do KDE, utilize o KDE Neon numa VM, o Plasma é aquilo. O Fedora KDE, com poucas modificações, fica bem perto.

Essa questão de mudar as coisas demais, ou mudar as coisas de menos, é uma balança difícil de equilibrar. Os desenvolvedores de todos esses projetos colocam as coisas da forma que eles acham que seria melhor.

Conforme você conhece as ideias e os contextos desses projetos, alguns porquês das decisões começam a ficar mais claros, mesmo que a gente não concorde.

Espero que isso ajude! Se precisar de mais alguma coisa, é só chamar.

Linux Mint quer emplacar XApp como um padrão universal de aplicativos

No mundo do Linux, a liberdade para desenvolvedores e usuários é predominante. No entanto, isso resulta em uma situação em que existem diferentes temas que os aplicativos podem adotar, com alguns sendo compatíveis com vários estilos, como o LibreOffice, e outros se adequando apenas a um padrão específico, como os construídos para o GNOME. Nesse contexto, o Linux Mint busca estabelecer um padrão independente e universal de aplicativos, os XApps.

Os XApps, embora não sejam uma novidade, são os aplicativos nativos para o Linux Mint Cinnamon e se encaixam bem em todos os temas utilizados pelo Linux Mint, assim como nas versões do sistema com o Xfce e o MATE. Inicialmente concebidos como aplicativos universais, os XApps estão agora sendo separados do Linux Mint, com a criação de um site e um repositório específicos no GitHub, com o objetivo de atrair mais desenvolvedores e distribuições para o projeto. Além disso, a equipe do Linux Mint pretende alimentar o repositório dos XApps com mais forks de aplicações do GNOME que estão sendo portadas para GTK 4, mantendo-as em GTK 3 para garantir a integração visual com outros ambientes gráficos além do GNOME.

Essa iniciativa dos XApps pode ser vista como uma reação ao movimento do GNOME em direção ao desenvolvimento de aplicações específicas para o seu ambiente gráfico, o que tem levado a uma disparidade visual entre os diferentes ambientes de trabalho. O Linux Mint busca oferecer uma alternativa aos aplicativos específicos para o GNOME, criando um repositório de programas que se integram bem em todos os ambientes de desktop.

Além disso, o Linux Mint está adotando o Matrix como sua nova aplicação de chat para os usuários contatarem a equipe de suporte, abandonando o projeto do Jargonaut. A mudança visa oferecer uma experiência mais amigável aos novos usuários.

Em relação à loja de aplicativos, o Linux Mint está preocupado com a verificação dos aplicativos do Flathub, optando por exibir, por padrão, apenas os aplicativos verificados. Os não verificados serão acessíveis apenas mediante permissão ativa do usuário, com um aviso sobre os riscos associados.

Essas mudanças refletem a busca do Linux Mint por oferecer uma experiência mais integrada e segura para seus usuários, enquanto mantém sua independência e universalidade no universo do Linux.

Milhões de aplicativos foram rejeitados da Play Store em 2023

A loja de aplicativos do Android, Play Store, é um dos principais alvos de ataques maliciosos devido à sua grande base de usuários e à facilidade de criar aplicativos maliciosos para o sistema. O Google implementou a estratégia SAFE para proteger os usuários, resultando no bloqueio de 2,28 milhões de aplicativos em 2023, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Além disso, mais de 333 mil contas foram bloqueadas por tentativas de postar malwares ou violar regras.

A empresa também criou a ADA (App Defense Alliance) em parceria com a Microsoft e a Meta, com o objetivo de estabelecer padrões de segurança e combater riscos de segurança na criação de aplicativos. Além disso, o Google passou a tratar aplicativos de VPN de forma diferenciada, com revisões de segurança independentes e indicativos de segurança na loja.

A estratégia de segurança da Play Store é baseada em quatro pilares, representados pela sigla SAFE em inglês, visando resguardar os usuários, proteger os desenvolvedores, promover inovação responsável e desenvolver defesas na plataforma. O Google também estabeleceu parcerias com 31 kits de desenvolvimento para limitar a coleta de informações dos usuários por aplicativos.

Apesar dos esforços do Google, os usuários também são a linha de defesa mais importante, sendo aconselhados a evitar instalar aplicativos de fontes desconhecidas ou suspeitas.

GNOME 46.1 melhora compatibilidade com gráficos híbridos

Claro, aqui está a reescrita da notícia:

O GNOME 46.1 oferece soluções para desafios comuns em notebooks que utilizam Linux, como placas gráficas híbridas e o uso de placas de vídeo NVIDIA com o Wayland. Embora o novo lançamento não resolva esses problemas de forma definitiva, apresenta avanços significativos. A sincronização explícita para GPU foi implementada no Mutter, abordando incompatibilidades entre as placas de vídeo NVIDIA e o Wayland. No entanto, a funcionalidade depende da adição do recurso ao driver proprietário da NVIDIA. Além disso, o Mutter 46.1 trouxe melhorias no suporte a notebooks com placas gráficas híbridas, correções de desempenho e aprimoramentos no modo de luz noturna. O GNOME Shell foi atualizado para resolver conflitos de notificações e erros relacionados ao aplicativo Extensões. O gerenciador de arquivos Nautilus também recebeu melhorias, incluindo correção de problemas de foco ao remover arquivos e otimizações de desempenho.

Outras atualizações incluem correções no GNOME Maps, Orca, Loupe e na central de controle do GNOME. Os usuários que já têm o GNOME 46 instalado em suas distribuições em breve receberão a atualização para a versão 46.1. É importante manter o sistema atualizado, especialmente para usuários de distribuições rolling release, como o openSUSE Tumbleweed.

Além disso, a GNOME Foundation enfrenta desafios financeiros. Saiba mais sobre os esforços da fundação para superar o déficit operacional.

GNOME Foundation quer deixar de operar em déficit 

Uma das principais organizações de desenvolvimento de software de código aberto, a GNOME Foundation, está enfrentando um déficit financeiro há 3 anos. A nova diretora-executiva, Holly Million, foi contratada há 6 meses para liderar a reconstrução financeira da associação, trazendo consigo sua experiência em levantamento de fundos e habilidades comunicativas. Atualmente, a fundação depende de doações recebidas há 4 ou 5 anos, e sua reserva financeira está se esgotando devido a uma redução significativa no fluxo de entrada de dinheiro. Como resultado, estão reduzindo gastos e focando em novas formas de arrecadação, com um plano estratégico a ser apresentado para aprovação do conselho em outubro. A comunicação efetiva com possíveis doadores e a definição de áreas prioritárias para crescimento sustentável são pré-requisitos essenciais para o plano. Além disso, o conselho da GNOME Foundation está se expandindo para aumentar a diversidade de opiniões e representatividade. A organização é conhecida por sua contribuição para o universo Linux, mantendo softwares fundamentais e colaborando com projetos como freedesktop.org.

Microsoft abre o código de versões do MS-DOS

Antes do Linux e até mesmo do Windows, a Microsoft dominava o mercado de sistemas operacionais de PCs com o MS-DOS, que ainda era baseado em terminal, embora fosse compatível com aplicações de interface gráfica. Por muito tempo, o Windows chegou até a dividir mercado com versões do MS-DOS, como uma alternativa mais fácil de usar, porém consumindo mais recursos computacionais, sendo, portanto, mais caro de manter, sobretudo num tempo onde a memória era algo bastante caro.

Em 2014, a Microsoft iniciou um movimento em parceria com o Computer History Museum para resgatar e abrir o código-fonte de versões do MS-DOS no GitHub, naquele tempo conseguiram liberar as versões 1.25 e 2.0 sob licença MIT. Nesta semana, publicaram mais uma versão, o MS-DOS 4.0.

O MS-DOS 4.0 marcou a história mais pelos seus defeitos do que qualidades. Na época, seu lançamento foi adiado para conseguirem incluir a funcionalidade de multitarefas, algo que não funcionou bem, estava repleto de bugs e ficou disponível apenas em alguns computadores da Europa. Tanto que lançamentos posteriores nunca receberam a ferramenta, voltando a funcionar com apenas um programa por vez. O código-fonte que acabaram de disponibilizar não inclui o multitarefas, pois segundo os pesquisadores, ainda não conseguiram recuperá-lo completamente.

Além disso, essa é a versão do MS-DOS menos eficiente em uso de memória, demandando em torno de 92 KB de RAM, a edição anterior, MS-DOS 3.31, consumia 56 KB. Posteriormente, foi atualizado para o 4.01, demandando 86 KB. Em lançamentos seguintes, o problema foi mitigado, com os MS-DOS 5 e 6 consumindo 73 KB e o PC DOS 2000, 64 KB. Tamanha ineficiência faz do MS-DOS 4.00 evitado até hoje por entusiastas da computação retrô.

Agora, os fãs de tecnologia antiga possuem mais material de estudo para entender melhor como as coisas funcionavam nos anos 80, e se quiserem, conseguem até mesmo criar e distribuir suas próprias distros baseadas em MS-DOS. Considerando que, surpreendentemente, existem lugares com computadores desse tempo em uso, pode ser uma oportunidade para equipes de suporte criarem atualizações de segurança.

O MS-DOS não é o único produto antigo da Microsoft que teve o código-fonte oficialmente aberto, a empresa também liberou o Word para Windows 1.1, o GW-BASIC de 1983 e até mesmo o gerenciador de arquivos original do Windows, incluindo adaptações para permitir a execução em computadores modernos, no Windows 10 e 11.

Gerenciador de arquivos original do Windows. Imagem: Microsoft.

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NVIDIA contribui com drivers de código aberto

A volta por cima da NVIDIA: Empresa contribui para drivers de código aberto para Linux

A NVIDIA, conhecida por sua atuação no mercado de placas de vídeo, está surpreendendo ao se envolver ativamente na área de drivers de código aberto para Linux. Recentemente, a empresa colaborou com o projeto Noveau e agora está envolvida com o NVK. Mas afinal, em que a NVIDIA tem contribuído?

Em um curto período de duas semanas, a empresa demonstrou sua participação em duas iniciativas importantes. Na semana passada, Ben Skeggs, ex-contribuidor do Noveau que trabalhava para a Red Hat, voltou a colaborar com o driver, desta vez utilizando um e-mail corporativo da NVIDIA, o que indica que está empregado pela gigante das placas de vídeo. Ele submeteu um conjunto de 156 ajustes para o Noveau, buscando limpar o código, reduzir complexidades de processamento e diminuir a sobrecarga do driver, impactando aproximadamente dez mil linhas de código.

Além disso, ontem, outro funcionário da NVIDIA, Arthur Huillet, que também trabalhou com o Noveau no passado, trouxe contribuições para o mundo dos drivers de código aberto, desta vez para o NVK. O NVK é uma alternativa destinada às placas RTX, utilizando a API gráfica Vulkan, justamente a fraqueza do Noveau. A contribuição de Arthur Huillet visa implementar um recurso chamado “conservative rasterization” ao NVK, que visa equilibrar o uso de CPU e GPU durante a renderização de polígonos, facilitando o cálculo de colisões.

Essas ações da NVIDIA são interessantes, pois demonstram comprometimento com iniciativas de código aberto que tiveram início na comunidade. No entanto, é importante ressaltar que isso não significa necessariamente que a empresa esteja disposta a revelar os segredos de suas tecnologias mais especiais, como o CUDA.

Apesar de ainda não sabermos qual será o desfecho dessas contribuições, parece que estamos presenciando o início de uma nova era em que a marca está direcionando sua atenção para o público do Linux. Esse movimento é compreensível, uma vez que os sistemas Linux são extremamente populares entre os desenvolvedores e entusiastas de inteligência artificial, mercado em que a NVIDIA é líder com suas placas de vídeo.

Esperamos que com essa grande disposição, a NVIDIA inclua em breve em seu driver proprietário o suporte ao Wayland, algo que estamos ansiosos para ver. Neste momento, os usuários domésticos de Linux tendem a preferir placas de vídeo da AMD devido à disponibilidade de um driver oficial com código aberto, possibilitando que os usuários aproveitem todo o potencial de seus equipamentos sem a necessidade de instalar software adicional em seus sistemas operacionais.

Conheça as IA de código aberto lançadas pela Apple

A Apple, que normalmente não lança softwares de código aberto, está mudando sua abordagem com a ascensão da inteligência artificial. A empresa está disponibilizando modelos interessantes para a comunidade open source. Hoje, vamos conhecer dois modelos de IA de código aberto lançados pela Apple.

Uma inteligência artificial multimodal

Em outubro de 2023, a Apple lançou discretamente sua primeira IA de código aberto, chamada Ferret. Esta IA é multimodal, ou seja, não tem um propósito específico. De acordo com estudos publicados pela empresa, a tecnologia é capaz de criar avatares 3D e gerar texto de forma eficiente.

A licença da Ferret permite apenas uso para fins de pesquisa, não comercial. Ela é leve o suficiente para ser executada diretamente em dispositivos, como iPhones e iPads. Além disso, entre outras habilidades, pode identificar elementos em imagens com mais precisão do que o GPT-4.

Imagem: Apple

Preparação para o iOS 18?

Segundo a Bloomberg, o iOS 18 contará com ferramentas de linguagem por inteligência artificial que priorizam a privacidade dos usuários. Essa ferramenta poderia ajudar a responder mensagens e e-mails, além de criar documentos com base nas informações do dispositivo sem comprometer a integridade dos dados pessoais.

Em 24 de abril, a Apple lançou publicamente o OpenELM, um modelo de IA conversacional com código aberto, que pode ser utilizado comercialmente e é capaz de rodar inteiramente em dispositivos pessoais, sem depender de servidores externos.

Há oito modelos do OpenELM disponíveis publicamente, sendo quatro pré-treinados, cobrindo tamanhos entre 270 milhões e 3 bilhões de parâmetros. A empresa adverte que o produto não oferece garantias de segurança, podendo gerar conteúdos imprecisos ou que podem incomodar certos públicos.

De acordo com estudos publicados pela empresa, os modelos foram treinados com tokens abertos provenientes de sites como Reddit, Wikipedia, arXiv.org, entre outros. Eles foram testados em uma estação de trabalho rodando Ubuntu 22.04 em um processador Intel i9-13900KF, acompanhado de 64 GB DDR5 e uma GPU NVIDIA RTX 4090 com 24 GB de VRAM, assim como em um MacBook Pro M2 Max com 64 GB de RAM, rodando macOS 14.4.1. O desempenho foi 2,36% mais eficiente do que o OLMo, uma IA de código aberto do Allen Institute for AI, utilizando metade dos parâmetros.

Embora a Apple seja uma empresa gigante, essas são suas primeiras incursões no universo das inteligências artificiais generativas. Lançar novos produtos com código aberto pode ser uma estratégia eficaz para tentar alcançar players mais experientes nesse mercado, como a OpenAI.

Existem várias iniciativas de inteligência artificial de código aberto, conheça a solução da The Linux Foundation para organizá-las!

Conheça a nova plataforma da Linux Foundation para IA generativa

Bem-vindos ao Diolinux News! Nesta semana, trazemos mais novidades sobre a interface Cosmic, melhorias no APT para usuários de Debian e Ubuntu, uma nova plataforma da Linux Foundation para IA generativa e muito mais!

Nova plataforma da Linux Foundation para IA generativa

A Linux Foundation lançou a Open Platform for Enterprise AI, uma iniciativa para incentivar empresas a desenvolver ferramentas de inteligência artificial generativa com código aberto. Grandes empresas como Intel, Hugging Face, MariaDB, Red Hat e VMWare já fazem parte dessa iniciativa.

Antigo desenvolvedor do Nouveau envia patch como funcionário da NVIDIA

Ben Skeggs, ex-desenvolvedor do driver Nouveau, enviou um grande patch usando o e-mail corporativo da NVIDIA, indicando que agora está trabalhando na empresa em código para o driver open source.

Novo Firefox 125

A versão 125 do Firefox traz suporte para o codec AV1, um novo formato de vídeo totalmente aberto, sem a necessidade de pagar licenças. Agora, o navegador poderá utilizar o codec AV1 em serviços como Netflix e YouTube.

Novo APT 3.0

O APT 3.0, gerenciador de pacotes do Debian, chegará em breve com uma nova exibição em colunas, suporte para cores e uma nova barra de progresso.

Novidades do Cosmic

A System76 anunciou mais novidades para o Cosmic, incluindo a possibilidade de customização da interface para aplicativos GTK 3, 4 e distribuídos via flatpak, além de implementar a área de teclado nas configurações.

Emuladores no iOS

A loja da Apple começou a permitir emuladores de jogos, como o Delta e o Provenance, para consoles antigos da Nintendo, PS1 e Sega Saturn.

Ubuntu 24.04 terá suporte para imagens HEIC

A próxima versão do Ubuntu terá suporte nativo para visualizar imagens em HEIC, um formato popular entre os usuários de iOS.

Team Fortress 2 64bit

O jogo Team Fortress 2 recebeu suporte para 64 bits e para Vulkan no Linux, o que representa um ganho de desempenho para a maioria dos usuários.

Jogo em promoção da semana

O jogo Sekiro está com 50% de desconto no Steam e roda no Linux através do Proton, com ranking Platina no ProtonDB.

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Sistema operacional de realidade virtual da Meta é aberto a outros fabricantes

A Meta está demonstrando interesse em expandir ainda mais sua presença no mercado de dispositivos de realidade virtual, ao começar a disponibilizar seu sistema operacional, Meta Horizon OS, para outros fabricantes de dispositivos. O que podemos esperar dessa iniciativa?

A concorrência atinge outro patamar

Embora o entusiasmo em relação ao Apple Vision Pro pareça ter diminuído para muitas pessoas, relatos de usuários indicam que a solução da Apple é de fato mais robusta e poderosa do que o Meta Quest, porém, seu preço é significativamente mais elevado. Por outro lado, o Meta Quest é elogiado pela ampla variedade de aplicativos e jogos disponíveis.

No entanto, a Meta está buscando elevar seu ecossistema a um novo nível, abrindo seu sistema operacional para outros fabricantes. Considerando que a Meta nunca teve um foco tão forte na criação e venda de hardware, a parceria com fabricantes mais experientes pode resultar em produtos ainda mais “premium”.

O Meta Horizon OS é um sistema operacional baseado no Android, o que facilita o desenvolvimento de novas aplicações para ele. Ele inclui tecnologias como compreensão de cenários e âncoras espaciais, o que auxilia o uso em realidade mista. Os aplicativos são distribuídos pela Meta Horizon Store, uma loja própria.

Atualmente, apenas algumas fabricantes estabeleceram parceria com a Meta para a produção de produtos de realidade virtual com o Meta Horizon OS, são elas:

– ASUS Republic of Gamers, que pretende lançar um novo headset gamer;
– Lenovo, que está co-produzindo uma nova edição do Oculus Rift S;
– Xbox, que já está oferecendo uma versão beta do Xbox Cloud Gaming, que basicamente gera uma tela 2D no Meta Quest, permitindo que o usuário jogue Xbox em qualquer lugar, sem depender de uma tela real.

Além disso, no anúncio sobre a abertura do Meta Horizon OS, mencionam que estão abertos para outros desenvolvedores trazerem suas próprias lojas de aplicativos, citando a possibilidade do Google trazer a Play Store, com todos os aplicativos 2D do Android.

Também estão desenvolvendo um novo framework espacial para auxiliar os desenvolvedores acostumados com aplicativos móveis a criar experiências de realidade mista, utilizando os conhecimentos em engenharia de software que já possuem.

Com isso, vemos a Meta buscando que seu sistema operacional seja para o Vision Pro o que o Android é para o iPhone, ou seja, uma alternativa mais aberta, disponível para múltiplos fabricantes.

Será que os óculos de realidade virtual “farão a cabeça do público”? Colocar um acessório sobre a cabeça que toma toda a visão gera mais atrito do que andar por aí com um smartphone no bolso. Compartilhe sua opinião nos comentários e interaja com a comunidade do fórum Diolinux Plus!